Joaryvar Macêdo

Joaquim Lobo de Macêdo, ( Joaryvar Macêdo ) nasceu no dia vinte de maio de 1937, no Sítio Calabaça, Lavras da  Mangabeira, Ceará, e faleceu em Fortaleza, a 29 de janeiro de 1991. Joaryvar casou-se a 30 de março de 1967, com Antônia Saraiva de Macêdo, Rosalba, n. Várzea Alegre, filha de Vicente Primo Sobrinho e de Maria Luíza Saraiva [2].

Filho de Antônio Lobo de Macêdo e de sua segunda esposa Maria Torquato Gonçalves, n. 29.12.1913, Aurora, Ceará. Neto paterno de Joaquim Lobo de Macêdo e de Maria Joaquina da Cruz. Neto materno de José (Torquato) Gonçalves de Oliveira Júnior e de Júlia Umbelina Gonçalves [2].
Joaquim Lôbo de Macêdo, que adotou, em homenagem à mãe, o pseudônino de Joaryvar Macêdo [4].



Formação e Vida Profissional


Considerado por Raimundo Girão como sendo “o mais abalizado historiador do sul do Ceará”, Joaryvar Macedo nasceu no Sítio Calabaço, a oito quilômetros da cidade de Lavras, aos 20 de maio de 1937, sendo filho de Antônio Lobo de Macedo, poeta popular e político influente em seu município, e de Maria Torquato Gonçalves de Macedo [1].

Em sua terra natal estudou as primeiras letras com as professoras Teresita Bezerra, Irony Gonçalves, Adelice Macedo e Nícia Augusto Gonçalves, entre outras. Posteriormente, foi aluno do Seminário Diocesano do Crato e do Seminário Arquidiocesano de Fortaleza, cursando inclusive Teologia nos Seminários Arquiepiscopais de Olinda, Recife e João Pessoa. Em 1965, ingressou na Faculdade de Filosofia do Crato, por onde se licenciou em Letras, colando grau aos 7 de dezembro de 1968, sendo na oportunidade orador oficial da turma, possuindo ainda curso de pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Católica de Salvador [1].

Depois de formado, abraçou a carreira do magistério, principalmente como professor da Faculdade de Filosofia de Crato e de vários estabelecimentos de ensino de Juazeiro do Norte. Ensaísta e historiador, em 1974 fundou o Instituto Cultural do Vale Caririense, que dirigiu por mais de uma década e do qual foi aclamado presidente perpétuo, dedicando-se, como pesquisador, aos estudos da formação étnica, histórica e cultural do Cariri [1].

Sendo admirável “a extensão de sua cultura e a perseverança de suas linhas de pesquisa, qualidades que escondia atrás de uma personalidade simples e de aparência tímida”, como bem acentuou o escritor Murilo Martins, o certo é que Joaryvar Macedo, “revelando uma excepcional tendência para a pesquisa histórica, sua atuação nessa área logo se mostrou tão ampla e profunda, que se passou a ver na projeção do seu trabalho um desdobramento da escola instaurada por Irineu Pinheiro e padre Antônio Gomes de Araújo, fixando-se neste último a sua linha de ação”, consoante a observação de F. S. Nascimento [1].

Depois de formado, abraçou a carreira do magistério, principalmente como professor da Faculdade de Filosofia de Crato e de vários estabelecimentos de ensino de Juazeiro do Norte. Ensaísta e historiador, em 1974 fundou o Instituto Cultural do Vale Caririense, que dirigiu por mais de uma década e do qual foi aclamado presidente perpétuo, dedicando-se, como pesquisador, aos estudos da formação étnica, histórica e cultural do Cariri [1].

Sendo admirável “a extensão de sua cultura e a perseverança de suas linhas de pesquisa, qualidades que escondia atrás de uma personalidade simples e de aparência tímida”, como bem acentuou o escritor Murilo Martins, o certo é que Joaryvar Macedo, “revelando uma excepcional tendência para a pesquisa histórica, sua atuação nessa área logo se mostrou tão ampla e profunda, que se passou a ver na projeção do seu trabalho um desdobramento da escola instaurada por Irineu Pinheiro e padre Antônio Gomes de Araújo, fixando-se neste último a sua linha de ação”, consoante a observação de F. S. Nascimento [1].

Sobre a evidência de ser Joaryvar Macedo o representante mais legítimo e o mais profundo continuador da escola histórica do Cariri, em 1984, no meu livro Leitura e Conjuntura, eu já havia afirmado o seguinte com relação à sua envergadura de intelectual: “Joaryvar Macedo é um escritor inquieto, porém um homem polidamente tratável. É valor maior das letras sul-cearenses no momento atual, porque, quem começar a leitura da história da Região Caririense pelas obras de Irineu Pinheiro, e resvalar pelos ensinamentos do padre Antônio Gomes de Araújo, terá fatalmente que ancorar nos seus trabalhos históricos sobre a conquista, o povoamento e a formação étnica e social do ubertoso vale” [1].

Joaryvar Macedo consolidou sua formação cultural estabelecido numa região e tratando quase que exclusivamente da temática histórica do Cariri, o que não o impediu de ter “uma visão histórica do Brasil através da região em que viveu”. Transferindo-se para Fortaleza, em 1983, desempenhou, inicialmente, o cargo de Assessor do Presidente do Conselho de Educação do Ceará. Em seguida, viria a exercer as funções de Secretário de Cultura e Desporto do Estado do Ceará e as de Presidente do Conselho Estadual de Cultura, tendo sido eleito, em 1986, para a Academia Cearense de Letras, e, posteriormente, para o quadro dos sócios efetivos do Instituto do Ceará [1].

Joaryvar Macedo consolidou sua formação cultural estabelecido numa região e tratando quase que exclusivamente da temática histórica do Cariri, o que não o impediu de ter “uma visão histórica do Brasil através da região em que viveu”. Transferindo-se para Fortaleza, em 1983, desempenhou, inicialmente, o cargo de Assessor do Presidente do Conselho de Educação do Ceará. Em seguida, viria a exercer as funções de Secretário de Cultura e Desporto do Estado do Ceará e as de Presidente do Conselho Estadual de Cultura, tendo sido eleito, em 1986, para a Academia Cearense de Letras, e, posteriormente, para o quadro dos sócios efetivos do Instituto do Ceará [1].

Professor da Universidade Regional do Cariri – URCA e chefe do seu Escritório em Fortaleza, Joaryvar Macedo foi ainda membro do Conselho Estadual de Educação. Foi, outrossim, um dos raros escritores cearenses a ser agraciado, pelo Governo do Estado, com a Medalha José de Alencar, honraria máxima a que um intelectual pode aspirar na Terra de Iracema. Sócio efetivo, correspondente ou honorário de várias instituições culturais, nacionais e internacionais, e detentor de vários tributos e comendas, Jorayvar Macedo faleceu em Fortaleza, aos 29 de janeiro de 1991, constituindo a sua morte uma das perdas de monta para a nossa cultura literária e historiográfica[1].

Em vida, foi Joaryvar Macedo a própria história do Cariri se movimentando, expressando-se em gestos e palavras, dimensionando-se nas páginas dos livros e opúsculos que nos legou e nos trabalhos esparsos respingados na imprensa caririense e na Revista do Instituto do Ceará, cujas páginas enriqueceu com a percuciência das suas observações. “Homem calmo, de sólida cultura, não sabe fazer alarde pessoal dos seus conhecimentos. É valor autêntico da cultura caririense que começa a espraiar-se por aí afora”. Dele disse o saudoso escritor J.de Figueiredo Filho quando, em data solene para a história das letras sul-cearenses, o recebeu como membro efetivo do Instituto Cultural do Cariri[1].

Sem nenhuma dúvida, foi Joaryvar Macedo uma das personalidades mais ilustres das letras cearenses e um dos mais eruditos historiadores do Ceará, cuja formação histórica pesquisou com a argúcia e o devotamento de um beneditino. Em todos os seus trabalhos de pesquisa Joaryvar Macedo primou por um estilo eloquente. E sempre que expendiu juízos em torno de fatos históricos ele o fez com a melhor clareza de raciocínio. A sua linguagem literária revela-se, em todo o seu percurso, recheada de filamentos retóricos, demonstrando-nos o seu autor possuir a dotação de um clássico, sendo ele um moderno[1].



Obras Relevantes

De sua vasta produção literária, destacam-se 2 livros:


A Estirpe de Santa Teresa, IU. UFC, Fortaleza, 1976, 1224 p.

No trabalho também conhecido como Os Terésios, Joaryvar utiliza a tradição oral como fonte básica e com segurança segue sem as datas por páginas e páginas, em um trabalho digno de todo louvor e notadamente pelas ferramentas que dispunha a época. Elaborar uma numerosa descendência sem datas requer muita concentração, poder de organização é algo bem difícil de ser feito e ele o fez com sucesso. O seu desejo de servir, de despertar nos parentes e na gente caririense o amor a genealogia obteve êxito pela aceitação da obra e por partindo dos Terésios, haver gerado inúmeros outros trabalhos genealógicos. O Padre Antônio Teodósio Nunes foi testemunha do trabalho de Joaryvar, em veículo cedido pela Prefeitura Municipal de Missão Velha a visitar famílias, de casa e casa, entrevistando e depois confrontando as informações para fazer melhor juízo. Trabalho de quem ama a sua gente e a sua terra [2].

Povoamento e Povoadores do Cariri Cearense, Secretaria de Cultura e Desportos, IOCE, Fortaleza, 1985, 275 p.

No Povoamento e Povoadores, Joaryvar usa a sua excelente leitura paleográfica e salva muitos termos que com certeza leu pela última vez e passou para a posteridade com a segurança que seu trabalho oferece. Joaryvar demonstra equilíbrio, espírito de proporção, bairrismo zero, escrevendo sem ódio, sem preconceito, imparcial, buscando a verdade, embora ela pudesse ferir suscetibilidades de poderosos. Observação interessante: no Povoamento, Joaryvar adota um sistema de índice fora do comum, voltado para quem quer pesquisar nos livros eclesiais. Os mais apressados podem até criticar o autor pela forma inusitada do índice, mas quando se segue o caminho percorrido por ele nos livros eclesiais é que se constata a sabedoria em haver conservado as Ana depois dos Antônio, etc. por assim permitir acompanhar na sequência as folhas de um mesmo livro de batismo, por ex. Povoamento e Povoadores do Cariri Cearense, constitui a maior contribuição a genealogia do sul cearense, obra prima, de grande valia para os cultores da pesquisa e estudo genealógico [2].

Além destas duas obras e da farta produção em jornais e revistas do Ceará e de outros Estados, publicou Joaryvar Macedo os seguintes livros [1]:

- Caderno de Loucuras – 1965;
- Discurso de Orador Oficial da Turma (1968);
- Apresentação de Fagundes Varela (1971);
- Os Augustos (1971);
- Otacílio Macedo (1972);
- Um Bravo Caririense (1974);
- O Poeta Lobo Manso (1975);
- Templos, Engenhos, Fazendas, Sítios e Lugares (1975);
- A Estirpe da Santa Teresa (1976);
- Pedro Bandeira, Príncipe dos Poetas Populares (1976);
- Fagundes Varela e Outros Rabiscos (1978);
- Influência de Portugal na Formação Étnica e Social do Cariri (1978);
- Origens de Juazeiro do Norte (1978);
- Presença Inconcursa de Norte-Rio-Grandenses na Colonização do Cariri (1979);
- Composições Poéticas de Hermes Carleial (1979);
- O Contingente Paraibano na Colonização do Cariri (1980);
- Autores Caririenses (1981);
- Lavras da Mangabeira – dos Primórdios a Vila (1981);
- Alencar Peixoto, Um Clássico (1981);
- Pernambuco nas Origens do Cariri (1981);
- Orações Acadêmicas (1983);
- O Talento Poético de Alencar e Outros Estudos (1984);
- São Vicente das Lavras (1984);
- Um Vernaculista e um Poeta (1985);
- Povoamento e Povoadores do Cariri Cearense (1985);
- Discursos Acadêmicos (1986);
- Lavras da Mangabeira (1986);
- Temas Históricos Regionais (1986);
- Ocorrências e Personagens (1987);
- Antônio Lobo de Macedo: o Homem e o Poeta (1988);
- Império do Bacamarte (1990);
- Ensaios e Perfis (2001); e
- Na Esfera das Letras (2010).



Referências Bibliográficas


[1] MACÊDO, Dimas, Perfil de Joaryvar Macedo, Link: http://cariricangaco.blogspot.com/2014/01/perfil-de-joaryvar-macedo-pordimas.html, Acessado em: 14/02/2021 18:25.

[2] LIMA, Francisco Augusto de Araújo. Mestre Joaryvar Macedo, Link: http://www.familiascearenses.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=72, Acessado em: 14/02/2021 19:25.

[3] MACÊDO, Dimas, Roteiro de Joaryvar Macedo, Link:https://segundaopiniao.jor.br/roteiro-de-joaryvar-macedo-por-dimas-macedo/, Acessado em: 14/02/2021 19:25.

[4] MARTINS, Murilo, Discurso de Posse: Murilo Martins, Link: http://www.academiacearensedeletras.org.br/revista/revistas/ 1991_92/ACL_1991_1992_21_Discurso_de_Posse_Murilo_Martins.pdf, Acessado em: 11/02/2021 01:32.

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